Saúde da Mulher

Saúde da Mulher

As doenças ginecológicas têm impacto significativo na saúde da mulher, podem ter causa orgânica e funcional e apresentam particularidades de acordo com as diferentes faixas etárias em que a afetam, seja no início da vida reprodutiva, seja após a menopausa. A patologia orgânica ou estrutural é maioritariamente benigna, a nível do útero os miomas uterinos são os tumores mais frequentes, a nível dos anexos (ovários e trompas) são igualmente frequentes os quistos e os tumores sólidos benignos.

Destacam-se as seguintes situações

Miomas uterinos – tumores benignos com origem no útero que são formados por tecido muscular e podem variar em tamanho, localização e número. Aproximadamente 30-60% das mulheres têm miomas uterinos e sabemos que atingem a mulher na fase de vida reprodutiva, aumentando a sua incidência a partir dos 35 anos. O principal sintoma são as hemorragias uterinas anormais. O tratamento definitivo é a cirurgia (conservadora ou por remoção do órgão) embora os sintomas possam, nalguns casos ser controlados com tratamento médico.

Pólipos uterinos – proliferações focais que se desenvolvem no interior da cavidade uterina reproduzindo o tecido do endométrio (camada de revestimento interno do útero). Os pólipos uterinos podem surgir na pré e pós-menopausa. Podem ser assintomáticos e detetados apenas no decurso de uma ecografia ginecológica ou podem traduzir-se por hemorragias uterinas anormais. O seu tratamento é a remoção cirúrgica habitualmente por técnicas minimamente invasivas, que permitem uma mais rápida recuperação e volta à vida ativa.

Quistos/Tumores do ovário – cerca de 80% das massas anexiais são benignas. Em muitos casos trata-se de formações quísticas simples de conteúdo liquido, mas podem igualmente ter a forma de tumores sólidos, cujo expoente máximo é o teratoma (desenvolvimento de diferentes tipos de tecido no corpo humano) ou quisto dermoide. O principal sintoma é a dor pélvica que pode revelar-se de uma forma aguda. O diagnóstico faz-se através do exame ginecológico e da ecografia pélvica. O tratamento é cirúrgico, atualmente com destaque para a laparoscopia, técnica minimamente invasiva pela qual se remove o tumor através de pequenos orifícios no abdómen.

Endometriose – A endometriose é a designação dada ao processo clínico no qual as células que constituem o endométrio se encontram fora da sua localização normal, por exemplo na membrana transparente que recobre a parede abdominal e alguns órgãos (também conhecida por peritoneu pélvico), nos ovários, na bexiga, no apêndice, intestinos ou, até, no diafragma. A prevalência da endometriose é de cerca de 10% da população em idade reprodutiva. Nas mulheres com infertilidade, essa prevalência aumenta para cerca de 25 a 45%. O principal sintoma é a dor pélvica. O diagnóstico definitivo faz-se pela visualização direta das lesões (por laparoscopia) e estudo histológico das mesmas. O tratamento poderá ser médico ou cirúrgico, e dependo de cada um dos casos.

As doenças malignas são menos frequentes, mas de maior gravidade e quando diagnosticadas e tratadas numa fase inicial o seu prognóstico é mais favorável.

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